Com já vem sendo hábito das sextas-feiras, aqui dedico este espaço á divulgação de fados que eu ouvia em pequeno e que em jeito de pequena homenagem a quem os escrevia e também cantava, aqui os transcrevo. Se houver atropelos ás letras originais, as minhas sinceras desculpas, mas é assim que as recordo.
O Sapateiro Evaristo
Foi por dever certo dia
Velar um pobre de Cristo
Lá na sua freguesia
Porém por combinação
Tudo às tantas desandou
E só entregue ao caixão
O Evaristo ficou
Mal o pobre adivinhava
Que o tal defunto afinal
Era uma partida brava
Em vésperas de Carnaval
Ao ver-se assim sozinho
O sapateiro coitado
Prá aproveitar o tempinho
Bate sola e canta o fado
Erguendo a tampa ao caixão
Nisto o morto se levanta
E diz-lhe oh meu parvalhão
Quem vela mortos não canta
Não se atrapalha o Evaristo
E com quanta força tinha
Pega no martelo e vai disto
Manda-lhe com ele á pinha
E agora se a sério morreres
Diz-lhe isto e depois abala
Toma lá que é para saberes
Que quem está morto não fala
1 comentário:
A pedido de muitos bloggistas queremos mais fados de antigamente
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