Dia de fado, cá vai
Chama-se “bom tremelique”
O restaurante mais chique
Da minha cidade amada
Neste solar português
Uma dose dá p'ra três
Se dois, não comerem nada
Há rissóis de camarão
Há croquetes de vitela
Servidos com aparato
Mão de vaca sem ter mão
Há arroz de cabidela
Feito com sangue de pato
Língua de boi sofredor
Coelhinho á sacador
E bife á moda da casa
Temos leitão da Bairrada
E temos uma pomada
Que nos põe de grão na asa
Ovos moles ou mexidos
Pescadinha da graúda
Com o rabo na boquinha
Temos carapaus cozidos
E temos uma miúda
Que faz coisas na cozinha
Excelente linguado
Com molho de berbigão
Tudo feito com ternura
E como prato afamado
Temos o tal salpicão
Com o bom grelo à mistura
Sobremesas variadas
Bananas e marmeladas
Sempre servido a preceito
É tudo á moda do Porto
E se a coisa der p'ró torto
Há solha a torto e a direito
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